A Assunção de Maria não se encontra diretamente testemunhada na Sagrada Escritura, mas o fato do Magistério da Igreja ter definido a elevação de Maria aos céus em corpo e alma como verdade de fé, deriva da tradição e da reflexão da Igreja sobre o papel de Maria na história da salvação. Desde o século IV existe textos litúrgicos e de Padres da Igreja que falam da Assunção de Maria e esta festa já se celebra desde o século VI.

Maria que carregou no seu seio o Cristo que é Vida; que ocupou um lugar todo especial no plano da salvação; que foi preservada do pecado original, não poderia ser entregue à corrupção.

Na sua Exortação Apostólica sobre “O Culto á Virgem Maria”, o Papa Paulo VI, falando da Assunção de Nossa Senhora, assim se expressa: “é esta a festa do seu destino de plenitude e de bem-aventurança, da glorificação da sua alma imaculada e do seu corpo virginal, da sua perfeita configuração com Cristo Ressuscitado. É uma festa, pois, que propõe à Igreja e à humanidade a imagem e o consolador penhor do realizar-se da sua esperança final: que é essa mesma glorificação plena, destino de todos aqueles que Cristo fez irmãos, ao ter como eles em comum o sangue e a carne”.
A solenidade da Assunção tem um prolongamento festivo na celebração da Realeza da bem-aventurada Virgem Maria, que ocorre oito dias mais tarde (22 de agosto), e na qual se contempla aquela que, “sentada ao lado do Rei dos séculos, resplandece como Rainha e intercede como Mãe”.

Cristo é o primeiro que vence plenamente a morte e o pecado com a sua ressurreição. A morte foi tragada pela vitória da ressurreição de Cristo. Maria, mãe e perfeita discípula de Jesus, participa antecipadamente da vitória de seu Filho, tendo sido elevada à glória definitiva em corpo e alma.

Todos somos chamados a ressurreição do corpo, e Assunção de Nossa Senhora nos recorda a todos a nossa meta final, que é o encontro definitivo com Deus. Incorporados a Cristo pela fé e pelo batismo, temos a esperança de poder participar do triunfo e da vitória de Cristo sobre a morte.

Numa sociedade marcada por tantos sinais de morte, como a violência, as guerras, a exclusão social, a corrupção, e por uma mentalidade materialista que não enxerga nada além do horizonte deste mundo, podemos ser levados ao desânimo, ao pessimismo, à desilusão.

Ao celebrar a festa da Assunção, somos convidados, ao contrário, a fortalecer nossa esperança, a construir um mundo novo, sinal do Reino definitivo, pois o Cristo Ressuscitado e sua Mãe, a Virgem Maria, assunta aos céus, são uma garantia de que o nosso destino não é a morte e sim a vida. Este é o nosso futuro se percorrermos com Maria o caminho de discípulos e missionários de Jesus.

Ao celebrar a Assunção de Maria nós exultamos e agradecemos com Ela, porque a vida nos foi garantida para sempre com o Cristo. Nós que ainda somos peregrinos, confiemo-nos à proteção de Maria: que Ela nos ajude a escutar a palavra de seu Filho e a colocá-la em prática e que sustente nossa esperança de nos encontrarmos um dia junto Dela no céu.

Felicito a Editora Santuário pelo lançamento do livro-álbum “Aparecida” que retrata através da fotografia de Fábio e Edna Colombini e dos textos da conhecida e admirada escritora e poetisa Adélia Prado, a beleza dos painéis e vitrais do interior do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, obra do renomado artista sacro Cláudio Pastro. O livro traz, também, belíssimas imagens da expressão da espiritualidade popular. Parabéns aos idealizadores e realizadores desta maravilhosa obra.