Com esta Eucaristia já estamos celebrando o primeiro dia do ano novo de 2014, e neste primeiro dia, a liturgia celebra a  solenidade de Maria, Mãe de Deus e, neste dia, a Igreja nos convida a rezar pela paz.

Estamos vivendo ainda o tempo do Natal, período que se prolonga até a Festa do Batismo do Senhor.

O Natal coloca em destaque o mistério da encarnação do Filho eterno de Deus Pai, que veio à terra não só para nos redimir de nossos pecados, mas também, para nos revelar que Deus é Pai e nos fazer filhos por adoção deste mesmo e único Deus, que é o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Na festa de hoje, a primeira do novo ano, a liturgia quer realçar a maternidade divina de Maria, que é uma consequência lógica da divindade de Jesus de Nazaré, de quem Ela é mãe. Ela é a mãe do Filho de Deus, a “Theotokos” como a chamam os orientais.

Maria é aquela que acolheu sem reservas o projeto de Deus: dar ao mundo o  Salvador, o próprio filho de Deus. Esse fato tão extraordinário, ela meditava  sobre ele e o guardava em seu coração. É Ela que entregou seu filho Jesus ao mundo na pessoa dos pastores que foram às pressas a Belém, após o anúncio do anjo.

Maria ocupa um lugar eminente no plano da salvação. Deus quis contar com Ela e também conosco para levar a cabo sua obra. A exemplo de Maria que respondeu afirmativamente ao chamado de Deus, nós também devemos, após ter acolhido Jesus em  nosso coração pela fé, dá-Lo a conhecer aos outros, para que possam amá-Lo, imitá-Lo e testemunhá-Lo no mundo de hoje como Caminho, Verdade e Vida.

Depois de oito dias, diz o evangelho de Lucas, Jesus foi circuncidado, rito religioso por meio do qual entrava a fazer parte do povo de Deus. Nesta ocasião, ele recebeu o nome de Jesus, que significa “O Senhor Salva”, conforme a indicação que Maria recebera do anjo. Jesus não é apenas mais um novo membro do povo de Israel, mas o Salvador de toda a humanidade.

Celebramos, também, hoje, a Jornada Mundial da Paz, instituída pelo Papa Paulo VI, em 1968. Deus ao vir a este mundo instaura um tempo em que a paz se torna possível porque em Jesus Cristo, nosso irmão maior, somos todos irmãos uns dos outros, chamados a viver a fraternidade cimentada na justiça, na  solidariedade e no amor.

Um dos grandes valores que Maria nos obteve em Cristo é a paz. Ela é a Rainha da Paz, porque é mãe do Príncipe da Paz.  Se somos filhos de Deus, somos filhos da Paz. Se  somos irmãos em Jesus Cristo, somos irmãos da paz.

Na mensagem do Papa  Francisco para este Dia Mundial da Paz, ela nos recorda que “a fraternidade é fundamento e caminho para a paz.”

“A fraternidade,  afirma, o Papa Francisco na sua primeira mensagem para o Dia Mundial da Paz, é uma dimensão essencial do homem, sendo ele um ser relacional. A consciência viva desta dimensão relacional leva-nos a ver e a tratar cada pessoa como uma verdadeira irmã, e um verdadeiro irmão; sem essa consciência, torna-se impossível a construção de uma sociedade justa, de uma paz firme e duradoura. E convém desde já lembrar, continua o Papa Francisco, que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família. A família é a parte de toda “fraternidade, sendo  por isso mesmo também, o fundamento e  o caminho primeiro para a paz, já que por vocação, deveria contagiar o mundo como seu amor.”

Necessitamos deste bem maior, que é a paz, em nossas famílias, na Igreja e na sociedade. Necessitamos mais de Deus em nossa vida, para construirmos e transmitirmos a paz.

Ao clero da Arquidiocese de Aparecida, aos missionários redentoristas, aos religiosos e religiosas, aos fiéis leigos da Arquidiocese, aos romeiros, aos membros da Família Campanha dos Devotos, as autoridades dos cinco municípios da Arquidiocese e aos telespectadores e rádio-ouvintes em sintonia conosco, um Feliz e Abençoado Ano Novo e que, com a graça de Deus e a proteção de Nossa Senhora, possamos iniciá-lo com coragem, fé, e confiança.

Dom Raymundo Card.  Damasceno Assis
Arcebispo Metropolitano de Aparecida