Tema: “Comunicação a Serviço de uma Autêntica Cultura do Encontro”

Celebramos neste domingo a Solenidade da Ascensão do Senhor e o Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Com a Ascensão termina o tempo da presença visível de Jesus na terra e inaugura uma nova etapa da história da salvação, a última etapa até a segunda vinda de Cristo, no final dos tempos. É o tempo da missão da Igreja. Cristo continua presente e atuante na sua Igreja por meio do Espírito Santo  que Ele  enviará aos apóstolos e à Igreja nascente para que o Evangelho seja anunciado em todo o  mundo. “Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei. Eis que eu estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,19-20).

A Igreja, corpo de Cristo, da qual somos seus membros desde o batismo, somos chamados a ser testemunhas do Cristo ressuscitado: “sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria e até os confins da terra” (At 1,8).

A nós também, queridos irmãos e irmãs, são dirigidas as palavras  daqueles dois homens vestidos de branco que apareceram aos apóstolos enquanto olhavam para o céu: “Galileus, porque ficais aqui, parados, olhando para o céu” (At 1,11)? Não há tempo para perder. É tempo de arregaçar as mangas  e mãos à obra, porque a missão de anunciar a alegria do  evangelho a todos os povos e de lhes ensinar a guardar tudo  o que Jesus disse e fez  é imensa. Essa missão só é possível porque Jesus está conosco: “eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”.

O Papa Francisco tem insistido muito que nós cristãos devemos sair, ir ao encontro do homem de hoje. Sair além dos limites das nossas paróquias para ir ao encontro daqueles que também esperam ouvir a boa notícia do Evangelho.

Pelo batismo e pela crisma somos discípulos de Jesus Cristo, mas podemos e devemos ser, cada vez mais,  discípulos de Jesus Cristo, assumindo com maior consciência e responsabilidade nossos compromissos de cristãos, no mundo de hoje.

Na sua mensagem para este dia Mundial das Comunicações, o Papa Francisco escreve que  o mundo vai se tornando sempre menor e nós estamos sempre mais pertos uns dos outros. Não basta multiplicar as conexões para desenvolver a compreensão recíproca entre as pessoas e as relações autênticas. Se a comunicação não nos torna mais próximos uns dos outros, se não nos faz viver a proximidade, então, ela não responde à sua vocação humana e cristã. Abrir as portas das Igrejas significa também, segundo o Papa Francisco, abri-las no ambiente digital.

Sejamos mais discípulos missionários de Jesus Cristo, abertos à missão sem-fronteiras, dispostos a ir “a outra margem, às periferias geográficas e existenciais, onde Cristo não é reconhecido como Deus e Senhor, e a Igreja não está presente. Com Maria, discípula e missionária perfeita, queremos obedecer ao mandato missionário de seu Filho”. Vão e façam discípulos todos os povos  (DA 364).

Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida/SP