Neste quarto domingo da Páscoa, na primeira leitura tirada dos Atos dos Apóstolos, Pedro nos apresenta Jesus como o Messias salvador, anunciado pelos profetas e esperado pelo povo de Israel e condenado à morte pelas autoridades de Israel, mas Deus o ressuscitou. Jesus Cristo é o único senhor da vida e do mundo e não há outro pelo qual podemos nos salvar.

Diante da denúncia de Pedro, a multidão perguntou: “o que devemos fazer?” Pedro responde: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão de vossos pecados e recebereis  o dom do Espírito Santo.” Os que aceitaram a palavra de Pedro e se converteram foram batizados e naquele dia cerca de três mil pessoas se uniram aos apóstolos. É graças ao Espírito Santo recebido no batismo e na confirmação que o povo de Deus cresce e este crescimento só terminará no fim dos tempos.

Queridos irmãos, Jesus foi crucificado não só pelos pecados de alguns responsáveis pela sua condenação à morte, mas ele morreu pelos pecados de todos os homens, de todos os tempos e lugares. Somente reconhecendo que somos pecadores e, portanto, necessitados de conversão, de mudança de vida, é que  podemos optar, definitivamente,  por Cristo e segui-Lo, seja qual for o estado de vida que abraçamos.  Só com a ajuda do Espírito Santo é possível dar esse passo decisivo em nossa vida.

No evangelho, Jesus declara que ele é a porta do redil, o bom pastor, o pão da vida descido do céu,  o Caminho, a Verdade e a Vida, porque para nós, somente por Ele é que temos acesso à salvação.

Jesus é o único pastor da Igreja e da humanidade e a missão da Igreja, de  todo cristão é fazer chegar a voz deste Bom Pastor que é Jesus Cristo, a todos as pessoas pela palavra e pelo testemunho de vida. Todo discípulo de Jesus, torna-se também seu missionário, vai ao encontro dos mais afastados, esquecidos, ao encontro daqueles que não conhecem Jesus ou não fizeram ainda a experiência do amor de Deus em sua vida, a fim  de que encontrando Jesus Cristo, possam amá-Lo, imitá-Lo e testemunhá-Lo.

Neste Domingo, a Igreja nos convida a rezar pelas vocações de especial consagração, os religiosos e sacerdotes, pois “a messe é grande e os operários são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que ele  envie trabalhadores para sua messe.” O Papa Francisco, na sua mensagem para este Dia Mundial de Oração pelas vocações, afirma que “a vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado  do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto de uma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno: peçamos a Deus que faça do nosso coração uma boa terra a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra de Deus e produzir fruto.

Hoje é também “Dia das Mães”. O Documento de Aparecida afirma  que “o ministério essencial e espiritual que a mulher leva em suas entranhas é receber a vida, acolhê-la, alimentá-la, dá-la à luz, sustentá-la, acompanhá-la e desenvolver seu ser mulher criando espaços habitáveis de comunidade e comunhão” (DA 457).  E acrescenta: “a maternidade não é uma realidade, exclusivamente, biológica, mas se expressa de diversas maneiras. A vocação materna se cumpre de muitas formas de amar, compreensão e serviço aos demais. A dimensão maternal se  concretiza, por exemplo, na adoção de crianças, oferecendo-lhes proteção e lar.”  (DA 457).

Que todas as mães possam cumprir, ao lado dos pais, a importante missão que Deus lhes confiou: de criar, cuidar e educar seus filhos, transmitindo-lhes pelo exemplo e pela palavra, valores humanos e cristãos que iluminarão suas vidas quando se tornarem adultos.

A todas as mães nosso amor carinhoso,  reconhecimento e gratidão! Rezemos por todas elas e  por aquelas que, tendo cumprido sua missão, já  estão junto de Deus e da Virgem Maria, nossa Mãe.

Dom Raymundo Card. Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida SP