Dou as boas-vindas à Família de Shoenstatt, isto é, a todos os que fazem parte deste movimento apostólico: as Irmãs, as famílias que recebem  a visita da Mãe Peregrina , vindas de todo o Brasil. Este apostolado da visitação da imagem da Mãe Peregrina aos lares das famílias brasileiras está comemorando, neste ano, 65 anos do seu início pelo servo de Deus, Diácono João Luiz Pozzobon, na cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. As Irmãs de Maria de Schoenstatt estão também comemorando os 80 anos de sua chegada ao Brasil. Bem-vindos a todos e parabéns à Família de Schoenstatt, fundação do Pe. José Kentenich.

O trecho da carta de São Paulo que foi proclamado na primeira leitura de hoje é a conclusão de sua Carta aos Romanos. Paulo cita nominalmente 26 pessoas, colaboradores seus no ministério apostólico. Paulo saúda a todos cordialmente e reconhece a importância do seu trabalho nas diversas comunidades, fundadas por São  Paulo. Os colaboradores (as) de Paulo são cristãos dos primeiros séculos, convertidos do judaísmo e do paganismo.

Pela carta de Paulo podemos ver que os leigos (as) tinham grande importância na comunidade da Igreja de Roma. Os leigos são a maioria do povo de Deus e nesta hora em que a Igreja do Brasil se entrega plenamente à sua vocação missionária,  os leigos são chamados a assumir sua responsabilidade como os cristãos de testemunhar Jesus Cristo ao mundo inteiro. Configurado a Cristo sacerdote, profeta e pastor, o cristão leigo  tem não só o dever, mas também, o direito de participar da missão da Igreja, testemunhando com a palavra e a vida Jesus Cristo, na sua família, na sua comunidade, no seu trabalho, na sua vida social e de ser fermento dos valores do evangelho na sociedade. Felicito o movimento apostólico de Schoenstatt pelo trabalho junto às famílias. A família é insubstituível para a serenidade pessoal e para a educação dos filhos. É importante a criação de associações de famílias empenhadas juntas na defesa da vida da família, da liberdade de educação e da liberdade religiosa, da defesa das mulheres no trabalho, da defesa de políticas públicas a favor da família.

No evangelho de hoje, Jesus nos fala do uso do dinheiro na vida dos seus discípulos. O dinheiro é um meio, fruto do nosso trabalho, para atender as nossas necessidades e para que os outros não fiquem sem o necessário. O dinheiro não deve se tornar um ídolo, isto é, ocupar o lugar de Deus na nossa vida. Devemos servir-nos do dinheiro e não servir ao dinheiro. As denúncias de corrupção que estamos assistindo na sociedade de hoje é fruto da ganância, da busca do poder, da falta de ética, e seus efeitos são perversos, pois afetam o bem comum de todos os cidadãos. Não há maneira de reparar o malfeito a não ser fazendo justiça e restituindo a quem de direito o prejuízo sofrido.

Peçamos a Deus a graça de usar corretamente os bens que Ele nos deu e que vivamos coerentemente a nossa fé da qual deve nascer a solidariedade para com todos, em especial, para com os mais pobres.

Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida, SP