Neste sábado, celebramos a missa da 15ª. Semana do Tempo Comum  e queremos oferecer esta Eucaristia, na intenção de todos os colaboradores  da Família Campanha dos Devotos que, neste mês, celebra o 15º aniversário do seu início com a realização da sua 5ª Romaria ao Santuário Nacional. Que Deus, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, derrame copiosas bênçãos sobre esta grande Família Campanha dos Devotos.

A Campanha dos Devotos  de Nossa Senhora Aparecida forma verdadeiramente uma família de fé que reza e ama a Mãe de Deus e nossa, e traduz essa fé e esse amor a Nossa Senhora, colaborando efetivamente com a obra evangelizadora do Santuário Nacional. Seja bem-vindo devoto de Nossa Senhora Aparecida e, juntos e unidos aos membros da 5ª. Romaria da Família Campanha dos Devotos que não puderam participar da 5ª Romaria, mas que nos acompanham  pela Tv Aparecida, pela Rádio Aparecida e pela Rede Católica de Rádio, louvemos e agradeçamos a Deus, por Maria e com Maria, pelo bem que a Campanha dos Devotos  tem feito e peçamos a Deus que na sua bondade derrame copiosas graças sobre esta grande família que é a Campanha dos Devotos.
A primeira leitura da liturgia da Palavra que escutamos, é um texto do profeta Miqueias. O profeta Miqueias nasceu num povoado distante  cerca de 45km  de Jerusalém. Sua população vivia em condições muito pobres  e era vítima dos  poderosos, da violência dos soldados em caso de guerra e de impostos e tributos abusivos.  Neste contexto que se compreende  os escritos do profeta Miqueias que experimentou a opressão na sua própria carne e não podia  calar-se diante desta situação.

A sua  mensagem, como a de outros profetas do Antigo Testamento, continua válida também no mundo de hoje, no qual são muitos os opressores como aqueles de que fala o profeta: “os que tramam a iniquidade e se ocupam da maldade; ao amanhecer do dia, executam tudo o que está em poder de suas mãos. Cobiçam campos e tomam-nos com violência, cobiçam casas e roubam-nas.”
Nós cristãos não podemos  ficar indiferentes a luta de tantas pessoas contra a injustiça. O modelo para o nosso agir é Jesus Cristo: Jesus age com firmeza, mas sem violência, com mansidão e coragem.

Jesus nos é apresentado no evangelho de hoje, como o servo manso e humilde de coração. Diante do plano dos fariseus de matar Jesus, por causa de uma cura realizada no sábado, Ele preferiu partir para um  outro lugar. Para Jesus,  mais importante que o sábado, dia santo para os judeus, é o homem. Tudo deve estar a serviço do homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Jesus continua atuando e curando muitas pessoas que o seguiam, mas pediu-lhes que não dissessem quem ele era. Jesus não queria um confronto direto com os fariseus e como o Servo de Deus, por excelência, quer atuar secretamente, para cumprir o que o profeta Isaías anunciou: “Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá sua voz nas praças.”

Jesus continua fazendo o bem, revelando pela sua atuação o amor de Deus Pai para com todos, sabendo que será condenado a  morte. O cristão não aceita a violência porque ela é contra a firme mansidão de Jesus e a violência já é em si mesma uma injustiça, raiz e mãe de injustiças  ainda piores.

Dom Raymundo Card. Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida, SP