SANTUÁRIO NACIONAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA

Iniciamos a Vigília Pascal com a bênção do fogo e a procissão do Círio Pascal acompanhada por todos nós, com nossas velas acesas no Círio, símbolo do Cristo Ressuscitado, luz do mundo. No lugar da cruz, temos hoje o Círio Pascal, sinal e símbolo de nossa vida de fé, indicando-nos que Jesus não somente morreu na cruz, mas que também ressuscitou e está presente entre nós, proporcionando luz e vida para cada um de nós.

As leituras bíblicas do Antigo Testamento que escutamos,  nos descreveram alguns momentos importantes da história da salvação: a criação do mundo; a criação  do homem, colocado acima de todos os seres criados; a libertação de Isac, filho de Abraão,  do sacrifício; a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito e o  anúncio do plano de Deus que é a salvação de todos os homens, apesar do seu pecado. Finalmente, São Paulo, que expõe a teologia da salvação, pelo batismo. O ponto mais alto da história da salvação é  a ressurreição de Cristo, história que continua até chegar ao seu fim, com a Nova Criação. Os textos sagrados nos convidam a admirar a manifestação misericordiosa de Deus em favor do seu povo, desde o começo da criação.

Daqui há pouco, renovaremos nossas promessas batismais com o propósito de guardar, com a ajuda de Deus, a fé recebida da Igreja Católica e testemunhá-la até o fim de nossa vida.

Concluiremos esta Vigília Pascal, com a celebração eucarística, a mais solene do ano, renovando a presença do Cristo ressuscitado nos sinais do pão e do vinho, feitos alimentos para nós.

A notícia mais importante desta noite, nós a escutamos no evangelho de Lucas, trazida do céu por aqueles dois homens às mulheres Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago que, ao amanhecer, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro.

“Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou!“ Lembrai-vos do que ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: “o Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia”.

“A ressurreição de Jesus é a verdade culminante de nossa fé em Cristo. Verdade recebida, vivida e testemunhada pela primeira comunidade cristã como verdade central, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida nos documentos do Novo Testamento, proclamada como fonte  essencial do mistério pascal ao mesmo tempo que a Cruz” (CIC 638).

A nossa libertação do pecado e da morte realizaram-se no Cristo ressuscitado. “Se Cristo não ressuscitou, escreve São Paulo aos Coríntios, ilusória seria a vossa fé e ainda viveis em vossos pecados e os que morreram como cristãos pereceram para sempre” (I Cor 15,17-18).

Essa é a grande notícia que deve  encher de esperança e alegria a vida de cada cristão,  apesar da tentação do desânimo que sentimos ao ver tanta injustiça, corrupção,  violência, sofrimento no mundo de hoje. Mas de onde vem esta alegria, esta esperança? Vem da fé e do amor ao Cristo ressuscitado que é mais forte do que a morte.

Em meio a tantos sinais de morte, de violência, de destruição, no mundo de hoje, há também sinais de ressurreição, de esperança: pessoas que lutam em defesa da vida e de sua dignidade, promovem a justiça, a solidariedade, a paz,  entregam toda a sua vida em favor do bem das pessoas, particularmente, dos mais necessitados. Há muitos jovens que acalentam em seu coração projetos de um mundo melhor, mais justo e humano,  e estão apostando num amanhã melhor do que hoje. Há muita gente que acredita na vida porque acredita no Cristo ressuscitado, caminho, verdade e vida. “Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova”.

Jesus ressuscitou, nos deu nova vida, e caminha conosco até o final dos tempos. Esse é o motivo de nossa esperança e de nossa alegria.

Que todos nós sejamos testemunhas do Cristo vivo no mundo de hoje, levando alegria, esperança, paz e justiça a todas as pessoas.

A todos, Feliz e Santa Páscoa! Aleluia!

Dom Raymundo Card.  Damasceno Assis
Arcebispo Metropolitano de Aparecida