“Maria, ícone da igreja solidária nas dores do povo.”

Saúdo as Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo que estão, hoje, em peregrinação ao Santuário Nacional, agradecendo a Deus os 125 anos da fundação da Congregação. A Congregação foi fundada na Holanda pelo Pe. Arnaldo Jansen, no dia 08/12/1889.  Pe. Jansen contou com a colaboração da Madre Maria e Madre Josefa. Seu carisma é a missão realizada por meio da educação nos colégios, cuidado dos doentes em hospitais e serviço aos mais pobres da sociedade.

Parabéns ao Pe. Luciano Scampini, vigário-paroquial da paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Estamos na primeira semana do Advento e as leituras deste tempo litúrgico nos ajudam a nos preparar para a celebração do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Na primeira leitura de hoje, o profeta Isaías diz ao povo de Israel: “teus olhos poderão ver o teu mestre e teus ouvidos poderão ouvir.” É o anúncio da encarnação do Filho de Deus. O Verbo de Deus ao assumir a nossa humanidade no seio da Virgem Maria e ao entrar na nossa história, para nos salvar e se fazer nosso companheiro de caminhada, Deus já não é  mais invisível: Jesus Cristo é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem.

No evangelho de João (14, 8-10), Jesus afirma sua união íntima com o Pai. A sua pessoa, suas obras e suas palavras apontam para o Pai. Ele é a manifestação do Pai. Felipe, um dos doze apóstolos, fez uma pergunta a Jesus, pergunta que todos nós gostaríamos de ter feito: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.” E Jesus lhe respondeu: “Há tanto tempo que estou convosco, e não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como pedes que tu  mostre o Pai?”

Caros irmãos, podemos afirmar que Jesus continua, por meio de milhares de pessoas, percorrendo as cidades ensinando, pregando e curando. Basta pensar nos missionários e missionárias, leigos e leigas que atuam nas pastorais e serviços de nossas paróquias e comunidades, nos  religiosos e religiosas, leigos e leigas que trabalham com os idosos, enfermos, pobres, o povo de rua, os presidiários, as crianças, levando a todos os necessitados o amor de Deus, fruto do Espírito Santo em nós. É Jesus que na pessoa de seus discípulos: religiosos e leigos continua sua missão no mundo de hoje, missão que ele mesmo confiou a seus discípulos, a sua Igreja. Precisamos de mais operários para trabalhar  na messe do Senhor.

Ouçamos o que Jesus diz ainda hoje a todos nós os seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores  são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita” (Mt 9,37-38).

A preocupação de Jesus deve ser também nossa preocupação. Devemos rezar e trabalhar para que o Senhor, que tudo conhece e de quem procede todo bem, envie operários  a sua messe: a Igreja necessita de mais sacerdotes, religiosos (as) santos, preparados e também de leigos comprometidos coma  missão de anunciar o evangelho, em seu meio, na família, no trabalho, na vida social, para ajudar no anúncio  da Boa-Nova em todo o mundo.

Hoje, como no tempo de Jesus, há tantas pessoas que vivem em situações de exclusão e injustiça que atentam contra a dignidade da pessoa humana e o bem comum. A missão da Igreja, é antes de tudo, espiritual, religiosa, mas é, também,  parte integrante da  missão evangelizadora da Igreja,  a de defesa da justiça, a promoção da dignidade da pessoa humana, de seus direitos e do bem comum em geral, pois toda pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus e resgatada pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo que nos fez todos filhos e Deus e irmãos uns dos outros.

Peçamos a Deus, por intercessão de Nossa Senhora, que fortaleça em nós a consciência da nossa responsabilidade mútua para com o bem de todos os nossos irmãos e irmãs.

Dom Raymundo Card. Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida, SP