Abrindo a 51a Assembleia Geral da CNBB, saúdo e acolho fraternalmente o Sr. Núncio Apostólico, o Exmo. Dom Giovanni D’Aniello, sinal da nossa comunhão cm o Papa Francisco, e seu colaborador, Mons. Gianluca Perici, primeiro secretário da Nunciatura. Saúdo com afeto colegial todos os membros da CNBB, os Senhores cardeais, arcebispos, bispos, administradores diocesanos; os Arcebispos e Bispos Eméritos que nos alegram com sua presença; os assessores e assessoras da CNBB; o Reitor do Santuário Nacional, Padre Domingos Sávio da Silva, CSSR; os funcionários do Santuário que colaboram com nossa Assembleia; os presbíteros, religiosos e religiosas, os fiéis leigos e todos os participantes desta 51ª. Assembleia Geral da CNBB. Saúdo a todas as autoridades presentes, entre elas, o digníssimo Prefeito de Aparecida, Sr. Márcio de Siqueira. Saúdo, cordialmente, os profissionais da imprensa aqui presentes e a todos os que nos acompanham pelos meios de comunicação – televisão, rádio e Internet.

Acabamos de celebrar a Santíssima Eucaristia. No começo de todos os nossos trabalhos, esse ato solene – pelo qual nos associamos à oração de Nosso Senhor - manifesta nossa convicção de que acima de tudo e no princípio de todas as nossas ações, está o amor de Deus. Cabe a Deus o primado absoluto na Igreja e em nossas vidas, como nos ensinou o Concílio Ecumênico Vaticano II, que há quase cinquenta anos aprovou como primeiro de todos os seus documentos a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium (04/12/1963). Assim começamos 51ª Assembleia Geral.

Este acontecimento anual, aguardado por nós todos com alegre expectativa, é uma experiência de partilha fraterna, oração, estudo e reflexão, que fortalece a comunhão dos Bispos entre si e com o sucessor de Pedro, para melhor servir as Igrejas particulares a cujo serviço estamos. E não apenas da vida de nossas Igrejas nos ocupamos aqui. Nossa solicitude se estende a todos os aspectos da vida da sociedade brasileira. Testemunham-no os Documentos, Declarações, Notas e Mensagens que sistematicamente publicamos.

O tema central desta Assembleia é “Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia”. Com ele, a atenção da Conferência volta para essa mais que milenar instituição, na qual se desenvolve o dia a dia da vida da quase totalidade dos católicos. À luz da Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, que se realizou aqui em Aparecida, no ano de 2007, aprofundaremos nossa reflexão a respeito das implicações da “conversão pastoral”. Promover cada vez mais a vida comunitária em nossas paróquias e seu dinamismo missionário é o desafio que se nos apresenta nesta hora. Para isso, nós precisamos ter a coragem de fazer as modificações necessárias nas estruturas paroquiais, tomando como pontos de referência fundamentais: Jesus Cristo e seu estilo de atuação, os desafios e sinais dos tempos atuais e a rica história da Paróquia. Só assim essa venerável instituição eclesial pode continuar cumprindo sua missão no mundo de hoje.

Discutiremos o projeto do Diretório para a Comunicação da Igreja no Brasil. Ele tem como objetivo principal contribuir para consolidar na prática pastoral os resultados do processo iniciado pelo Concílio Vaticano II com o decreto Inter Mirifica (04/12/1963). Desse modo, poderá expressar, de modo atualizado, a opção da Igreja pelo diálogo com a sociedade. O projeto que nos é apresentado é fruto de reflexão e de diálogo, no qual têm tomado parte leigos, diáconos, presbíteros e bispos. Ele é fruto ainda da colaboração de pesquisadores e intelectuais. Colocamo-nos diante de um aspecto importante da missão da Igreja em uma sociedade influenciada fortemente pelas comunicações sociais.

A questão agrária no Brasil ocupará uma vez mais a atenção de nossa Conferência. Historicamente, este é um tema ao qual temos voltado repetidas vezes. Neste momento da história de nossa Nação, essa questão assume contornos muito peculiares que importa conhecermos bem. O “campesinato”, como vem sendo chamado atualmente, inclui diversas categorias de pobres que vivem na zona rural, sobretudo quilombolas, agricultores familiares e ribeirinhos. É nossa intenção contribuir para a reflexão hodierna sobre a questão agrária e para a superação dos problemas e dos conflitos que aí existem há muito tempo e que hoje assumem características ainda mais graves e urgentes.

Continuará a ocupar nossa atenção a Jornada Mundial da Juventude. Até aqui, sua preparação nos deu oportunidade de uma grande aproximação aos Jovens de todo o Brasil. A Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema “Fraternidade e Juventude”, e o lema “Eis-me aqui. Envia-me”, atraiu a atenção da Igreja e da sociedade para os Jovens e para os seus desafios, renovando a consciência das implicações que a “opção preferencial pelos jovens” traz consigo. A etapa final da preparação para a Jornada pede de nós que intensifiquemos as orações e os trabalhos, para que a Juventude mundial que aqui virá, ou que nos acompanhará pelos meios de comunicação, tenha uma oportunidade singular de encontro com Cristo e com a Igreja. Ainda mais, a realização da Jornada Mundial da Juventude nos dará a oportunidade de receber o Papa Francisco, o primeiro Papa latino-americano a nos visitar. Esse encontro com o Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, nos deve fortalecer a todos na vivência da comunhão e no empenho pela nova evangelização.

Diversos outros temas e atividades estão em nosso programa, como o Retiro, comunicações do Secretariado Geral e das Comissões Episcopais de Pastoral e dos Grupos de Trabalho, o encontro das Comissões Episcopais de Pastoral com os Bispos Referenciais dos Regionais, comunicado sobre a 13a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, o lançamento de uma nova versão, comentada, do Código de Direito Canônico – na comemoração dos 30 anos de sua promulgação, o lançamento de uma edição revisada do Catecismo da Igreja Católica, e diversos outros temas. Com isso esperamos continuar cumprindo a missão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: “dinamizar a própria missão evangelizadora, para melhor promover a vida eclesial, responder mais eficazmente aos desafios contemporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias (cf. cân. 447), e realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a caminho do Reino definitivo” (Estatuto Canônico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, art. 1).

Esta Assembleia Geral se realiza no contexto do Ano da Fé – que vai até a festa de Cristo Rei deste ano (24 de novembro) – e do cinquentenário do Concílio Ecumênico Vaticano II. O Ano da Fé foi querido por Bento XVI, agora Bispo Emérito de Roma, para avivar em todos nós a consciência da centralidade da fé na vida da Igreja e para redespertar o entusiasmo de evangelizar. Também o pensou como o modo correto de nos voltarmos para o Concílio, interpretando-o corretamente e continuando o empenho para que seus frutos amadureçam em prol da vida da Igreja e do mundo.

A todos os que aqui se encontram, àqueles que nos acompanham pelos meios de comunicação, enfim, a todos os fiéis de nossas Igrejas particulares peço orações pelo êxito de nosso encontro.

Aos participantes da Assembleia e aos que prestarão sua indispensável colaboração, manifesto, uma vez mais, a satisfação de recebê-los na Arquidiocese de Aparecida. Agradeço, desde já, ao Secretariado Geral da Conferência que trabalhou com dedicação e competência em vista da realização desta Assembleia Geral, em especial o Secretário Geral, Dom Leonardo Ulrich Steiner.

Agradeço também ao Padre Domingos Sávio da Silva, CSsR, Reitor do Santuário Nacional, aos missionários redentoristas e aos colaboradores do Santuário que estarão nos ajudando nessa Assembleia. Agradeço, ainda, ao Sr. Prefeito de Aparecida as palavras acolhedoras que nos dirigiu e a colaboração da Prefeitura Municipal de Aparecida em vista da realização da 51ª. Assembleia.