Com a Quarta-Feira de Cinzas e com a Campanha da Fraternidade inicia-se a Quaresma, tempo de preparação para a grande festa da Páscoa, coração do Ano Litúrgico. Esse tempo litúrgico se encerrará com o Domingo de Ramos que nos introduzirá na celebração do mistério pascal de Cristo: a sua morte, ressurreição, ascensão e o dom do Espírito Santo em Pentecostes.

Toda festa exige preparação e quanto mais importante e grandiosa, tanto mais longa e cuidadosa deve ser a preparação. Às vezes, a festa é tão importante que a sua celebração se prolonga por vários dias. Assim sucede com a Páscoa que é precedida por um período de quarenta dias de preparação, a Quaresma, e a sua celebração prossegue por mais cinquenta dias, durante o chamado tempo pascal. Se não existisse a Páscoa, não existiria a Quaresma.

A Quaresma deve ser para cada um de nós um convite para sintonizar nossa vida com a de Jesus. É isso que significa a palavra conversão, que é a tradução da palavra grega , “metánoia”, que quer dizer mudar a maneira de pensar e de ver as coisas para pensar e ver as coisas conforme Jesus nos revela com suas palavras e sua vida. Converter-se é passar de uma vida distante de Deus, da Igreja e do amor ao próximo para viver conforme o caminho de Jesus.

Aliás, a palavra Páscoa vem do hebraico e do aramaico “Pesah, Pasha” que, segundo São Jerônimo e Santo Agostinho, significa “passagem”. A Páscoa de Israel é a celebração da passagem da escravidão do Egito para a liberdade do deserto e da Terra prometida. A Páscoa de Jesus é a passagem da morte para a nova vida do Ressuscitado.

A nossa Páscoa deve ser a de realizar a Páscoa de Cristo em nossa vida: passar da escravidão à liberdade, das trevas à luz, da morte à vida, do pecado à graça.

O mês de março também será marcado por um acontecimento de grande importância para a Igreja: a eleição de um novo Papa, que sucederá ao Papa Bento XVI. Os Cardeais do mundo inteiro, com idade até 80 anos, se reunirão no Conclave para prestar este serviço à Igreja. Provavelmente, até a Páscoa, poderemos dizer, com alegria: “Habemus Papam”.
Peço, pois, as orações de todos os fiéis para que, inspirados pelo Espírito Santo, nós, os Cardeais, reunidos em Conclave, possamos, buscando o bem da Igreja e do mundo, cumprir esta importante tarefa que ora nos é confiada.

Ao Papa Bento XVI que encerrou no dia 28/02 seu ministério petrino, nossas orações, nosso respeito e nossa eterna gratidão pelos 8 anos de profícuo Pontificado.